domingo, 18 de maio de 2008

Continuando neste domingo antes que minha irmã chegue

Antes que a mãe da Esther chegue, deixe-me aproveitar para escrever mais informações.

Só para retomar um pouco do que eu disse no post anterior (sobre Saussure e a atividade verbal, só que oral), preciso concordar com o lingüista... Explico:
Minha motivação principal em criar esse blog é o fato de ainda não terem me ligado da Universidade X a fim de me chamarem para eu começar minhas sessões de psicoterapia... Pois eu realmente estou precisando conversar, falar da minha vida, jogar luz às áreas que andam na escuridão em mim... talvez me conhecer melhor, enfim, tudo um pouco daquela filosofia do livro que comentei, do padre Fábio de Melo. Só que... percebo que não estarei jogando luz na minha alma por aqui no blog, pois, conforme Saussure já previa, falar é realmente diferente de escrever. E isso me motiva a continuar esperando pela ligação do Serviço de Psicologia Aplicada daquela universidade...
Entretanto, enquanto esse dia não chega, que eu aproveite ao máximo esses meus poucos momentos por aqui no blog, né?
Pois bem. Hoje, domingo, minha mãe me levou ao hospital, pois eu estava passando mal; eu estava com crise de bronquite. Essa crise de bronquite que tem se arrastado há mais de um mês. Tomei uma injeção de... como era mesmo o nome?... cortisona? corticóide? Depois, fui fazer a velha conhecida nebulização (NBZ, no linguajar da saúde, creio) com soro, berotec e atrovent - estes últimos os grandes vilões do coração...
E voltei a casa. Por ser um domingo, e por ser de manhã, não demorei para ser atendido (preciso dizer que o hospital era público?).
Desde que cheguei à minha cidade para passar o final de semana, não liguei para meus amigos... Por pura displiscência misturada com preguiça, eu bem sei, mas... Mas, cara, passei as duas últimas semanas viajando à beça por esse Estado do Rio de Janeiro - tudo bem, eu adoro pegar uma estrada, mas chega um momento em que o corpo pede arrego, certo? Ainda mais quando se é um viajante como eu, que não dorme como deveria dormir nas viagens que faz... Aí, não tem saída: você fica precisando, depois, dormir.... e dormir.... Ainda mais quando se é assaltado no Rio de Janeiro no fim das contas.
Mas sei o que preciso fazer: economizar energia para conseguir fazer os trabalhos da minha pós-graduação na universidade X. Estou adorando´o curso da pós. Há tanta coisa para ler... (e eu aqui, no blog, mas tudo bem... estou de férias do Rio de Janeiro). Não tenho o Rio como a cidade em que eu gostaria de morar se fosse o caso. Não estou gostando de lá. Vive-se numa tensão horrível, num medo tremendo de ser assaltado, gastando-se muito dinheiro e tempo (!) com as conduções, etc. E, para completar, estou dando duas aulas-hora por mês, o que me rende 60 pratas mensais... (e ainda fico sujeito a esses assaltos...)
Tudo bem, eu sei que o Deus que habita em mim deve ser maior do que aquilo que está no mundo, e que portanto eu não deveria ter medo - sentimento que não provém de Deus... - , mas quando se é humano como eu, esse tipo de coisa te abala pacas... consegue entender?
Que Deus me ajude!
Ah, apesar de eu estar escrevendo aqui no blog de forma anônima, tudo está disponível, tudo está público. Portanto, eu desejo que o "Realmente tudo roda?" esteja no topo do resultado da pesquisa do Google na próxima vez que eu tentar pesquisá-lo!! Afinal, não quero, de todo, escrever para mim mesmo... mas também não quero me identificar, entende? Não pelo menos por enquanto... Daí eu sentir falta de uma psicóloga (alguma coisa contra os psicólogos, admito), pois, na terapia, eu posso falar abertamente, posso citar nomes, etc, pois eu sei que há o princípio da confidência em tudo o que for dito dentro daquelas quatro paredes.
Preciso dizer outra coisa: enquanto o blog for minha única opção de externalização de minhas subjetividades, eu só o acessarei naquela Universidade uma vez por semana - às terças, em princípio. Ontem e hoje não são uma constante, pois.
E se Y pudesse ler o que escrevo, eu diria muita coisa direcionada a ele, mas como eu não multiplico nem somo em sua vida, concluí que é melhor eu me afastar talvez definitivamente. Afinal, não represento boas recordações em sua vida. Saio magoado, triste, desiludido, mas preciso sair de cena em sua vida. Será minha derradeira (última) demosntração de amor. Y está feliz agora.
Eu só gostaria de poder estar ao seu lado, protegendo-o contra as surras de seu pai, contra as desilusões, contra as desesperanças da vida; gostaria de poder estar ao seu lado, etimulando-o a alcançar suas 7 metas de vida - metas que eu decorei e sei de cór. Metas que estavam impressas em cor azul dentro de seu guarda-roupas da última vez que estive em seu quarto. Eu só tive boas intenções e a pretensão de ficar ao lado dele para sempre, amando-o, protegendo-o, amparando-o, acariciando-o, abraçando-o, beijando-o, fazendo-lhe bem.
No entanto, ele não tem nada para dizer além do que já disse. E acabou. Simples assim. Ele terminou. Sofreu. E eu represento más lembranças. Lembranças de sofrimento, de perda de tempo e de energia a mim dispensados. Ele deseja ser feliz. E tudo indica que essa felicidade estará assegurada sem a minha presença. É foda.
Estou tentando seguir minha vida.Eu sei. Mas é difícil. É difícil ouvir que se fosse para voltar a namorar um homem, que ele ficaria comigo, e que, agora, ele está quase namorando outro que não sou eu... Lembranças de sofrimento...
Eu sei que não fui perfeito; que não fui do jeito que ele gostaria que eu tivesse sido, mas não sou má pessoa... Não sou... E eu não queria ser má lembrança na vida de ninguém... não queria ser má lembrança na vida dele...

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